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parte 3
Autor Daniel J. de Souza
Circuncisão: É uma palavra que ocorre em toda Bíblia 34 vezes, sendo 1 no Antigo Testamento e 33 no Novo Testamento. No Gr. é “katatome”, literalmente, cortar fora, decepar (formado de “kata”, para baixo, e “temnõ”, cortar), mutilação, é termo encontrado em Fp 3:2, onde, por paronomásia, é usado desdenhosamente pelo apóstolo Paulo para aludir à circuncisão judaica com sua influência judaica, em contraste com a verdadeira circuncisão espiritual. A circuncisão era amplamente praticada no mundo antigo, incluindo as culturas egípcia e cananéia.
No entanto, entre esses povos, o ritual era realizado no início da puberdade ou por volta dos 12 anos de idade, por razões de higiene ou como um tipo de iniciação cerimonial da virilidade. Em contraposição, o povo hebreu operava a circuncisão nos recém-nascidos. Tal ritual tinha um importante significado ético. Indicava a responsabilidade de servir como povo santo cujo Deus o havia chamado como servo especial no meio de um mundo pagão.
Na primeira menção da Bíblia à circuncisão, Deus instruiu Abraão a circuncidar cada homem de sua família, incluindo os servos: “Circuncidareis a carne do vosso prepúcio” Gn 17:11. O costume era realizado no oitavo dia após o nascimento Gn 17:12, Gn 21:4 e Fl 3:5. Na ocasião, era dado o nome ao filho Lc 1:59 e Lc 2:21. Na história primitiva do povo hebreu, a circuncisão era realizada pelo pai, mas a tarefa cirúrgica passou finalmente a ser responsabilidade de um especialista. A circuncisão do varão judeu era um requisito visível, sinal físico do acordo entre o Senhor e seu povo Gn 17:11. Qualquer varão não circuncidado deveria ser eliminado do povo Gn 17:14 e considerado como violador do acordo Êx 12:48.
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Embora a circuncisão seja uma exigência da lei mosaica, o ritual foi negligenciado durante a época quando o povo de Israel peregrinou no deserto. Talvez seja um sinal de que a nação tenha violado sua aliança com Deus com a desobediência. A cerimônia foi retomada quando o povo entrou na terra de Canaã; Josué cumpriu o rito na geração nascida no deserto. O povo hebreu passou a ter grande orgulho da circuncisão; de fato, tornou-se um emblema de sua superioridade espiritual e nacional. Essa prática favoreceu um espírito de exclusivismo em vez de um zelo missionário para atingir outras nações, conforme a intenção divina. Um momento de oração diária apenas entre varões judeus era reservado por estes durante o qual agradeciam a Deus o fato de não serem mulheres, samaritanos nem gentios.
Os gentios passaram a ser vistos pelos judeus como a não-circuncisão, um termo de desrespeito que significava que não-judeus estavam fora do círculo do amor de Deus. Os termos circuncisos e incircuncisos ganharam uma carga afetiva para simbolizar Israel e os vizinhos gentios. Mais tarde, a questão tendeu discórdia na comunhão da igreja do Novo Testamento. Moisés e os profetas usaram o termo circunciso como símbolo de pureza de coração e prontidão para ouvir e obedecer. Por meio de Moisés, o Senhor desafiou os israelitas a submeterem-se à necessidade de arrependimento.
“se o seu coração incircunciso se humilhar, e tomarem eles por bem o castigo da sua iniqüidade”, declarou Deus, “então, me lembrarei da minha aliança” Lv 26:41-42; também Dt 10:16. Jeremias caracterizou os rebeldes israelitas como tendo ouvidos incircuncisos Jr 6:10 e a casa de Israel como incircunciso de coração Jr 9:26.
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No Novo Testamento, a circuncisão foi fielmente praticada por devotos judeus como reconhecimento da aliança contínua de Deus com Israel. João Batista Lc 1:59 e Jesus Lc 2:21 foram circuncidados. No entanto, a controvérsia a respeito da circuncisão dividiu a igreja primitiva Ef 2:11, da qual faziam parte gentios e judeus. Os cristãos gentios consideravam seus irmãos judeus excêntricos por causa de suas leis concernentes à dieta, ao sábado e à prática da circuncisão. Os cristãos judeus costumavam ver os irmãos gentios incircuncisos ignorantes e desobedientes à lei de Moisés At 15:5.
Uma crise estourou na igreja de Antioquia quando os cristãos da Judéia conhecidos como judaizantes ensinaram os seus irmãos que, caso não fossem circuncidados segundo a lei de Moisés, não poderiam ser salvos At 15:1-2. De fato, os judaizantes insistiam que um crente que viesse de um contexto não-judeu (gentio) deveria tornar-se primeiramente um judeu cerimonialmente por meio da circuncisão antes de ser aceito na comunidade de cristãos. Um concílio de apóstolos e presbíteros foi realizado em Jerusalém para resolver a questão At 15:6-29. Entre os participantes, estavam Paulo, Barnabé, Simão Pedro e Tiago, pastor da igreja de Jerusalém. Segundo o argumento de Pedro, insistir na circuncisão dos gentios equivaleria a um jugo muito pesado At 15: 19, 19. A decisão tomada pelo concílio quebrou o legalismo preso ao judaísmo.
Anos mais tarde, para reforçar a decisão, o apóstolo Paulo escreveu aos cristãos de Roma que Abraão, o pai da circuncisão Rm 4:12, foi salvo pela fé, e não pela circuncisão Rm 4:9-12. Segundo o apóstolo, a circuncisão não tinha valor, a menos que fosse acompanhada de um espírito obediente Rm 2:25-26. Paulo também falou a respeito da circuncisão de Cristo Cl 2:11, uma referência à sua morte expiatória, que condenou, na carne, o pecado Rm 8:3 e cravou o legalismo na cruz Cl 2:14.
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Fundamentalmente, Paulo declarou que o novo acordo do sangue derramado de Cristo concedeu perdão a judeus e gentios e tornou a circuncisão totalmente desnecessária Rm 2:28-29 e Gl 5:6. Tudo o que finalmente importa tanto para judeus quanto para gentios, segundo Paulo, é uma natureza transformada – uma nova criação que os torna um em Cristo Ef 2:14-18.
Note-se que tal atitude foi uma exceção à regra, portanto, geralmente, Paulo não fazia tal exigência. Segundo, Timóteo foi ordenado por Paulo e o presbítero em Derbe e Listra. Paulo se refere a esta ocasião em sua primeira carta, mencionando a “imposição de mãos” 1º Tm 4:14 e o encargo para o ministério que havia sido concedido a Timóteo através deste ato.
Timóteo acompanhou Paulo em sua segunda jornada missionária, passando por Beréia, Frigia, Misia, Trocas, Neápolis, Filipos, Anfípolis, Apolônia e Tessalônica At 17:14. Depois foi enviado a Tessalônica, com Silas, para confortar e fortalecer os crentes de lá, enquanto Paulo permaneceu em Atenas. Quando Timóteo e Silas voltaram com bons relatórios e mensagens de amor dos tessalonicenses, Paulo ficou muito encorajado 1º Ts 3:1-7
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