quinta-feira, 7 de abril de 2011

A verdadeira doutrina e os falsos mestres

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parte  3
Autor  Daniel J. de Souza          
 Circuncisão: É uma palavra que ocorre em toda Bíblia 34 vezes, sendo 1 no Antigo Testamento e 33 no Novo Testamento.  No Gr. é “katatome”, literalmente, cortar fora, decepar (formado de “kata”, para baixo, e “temnõ”, cortar), mutilação, é termo encontrado em Fp 3:2, onde, por paronomásia, é usado desdenhosamente pelo apóstolo Paulo para aludir à circuncisão judaica com sua influência judaica, em contraste com a verdadeira circuncisão espiritual.  A circuncisão era amplamente praticada no mundo antigo, incluindo as culturas egípcia e cananéia. 

           No entanto, entre esses povos, o ritual era realizado no início da puberdade ou por volta dos 12 anos de idade, por razões de higiene ou como um tipo de iniciação cerimonial da virilidade.  Em contraposição, o povo hebreu operava a circuncisão nos recém-nascidos.  Tal ritual tinha um importante significado ético.  Indicava a responsabilidade de servir como povo santo cujo Deus o havia chamado como servo especial no meio de um mundo pagão.

           Na primeira menção da Bíblia à circuncisão, Deus instruiu Abraão a circuncidar cada homem de sua família, incluindo os servos: “Circuncidareis a carne do vosso prepúcio” Gn 17:11.  O costume era realizado no oitavo dia após o nascimento Gn 17:12, Gn 21:4 e Fl 3:5.  Na ocasião, era dado o nome ao filho Lc 1:59 e Lc 2:21.  Na história primitiva do povo hebreu, a circuncisão era realizada pelo pai, mas a tarefa cirúrgica passou finalmente a ser responsabilidade de um especialista.  A circuncisão do varão judeu era um requisito visível, sinal físico do acordo entre o Senhor e seu povo Gn 17:11.  Qualquer varão não circuncidado deveria ser eliminado do povo Gn 17:14 e considerado como violador do acordo Êx 12:48.
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           Embora a circuncisão seja uma exigência da lei mosaica, o ritual foi negligenciado durante a época quando o povo de Israel peregrinou no deserto.  Talvez seja um sinal de que a nação tenha violado sua aliança com Deus com a desobediência.  A cerimônia foi retomada quando o povo entrou na terra de Canaã; Josué cumpriu o rito na geração nascida no deserto.  O povo hebreu passou a ter grande orgulho da circuncisão; de fato, tornou-se um emblema de sua superioridade espiritual e nacional.  Essa prática favoreceu um espírito de exclusivismo em vez de um zelo missionário para atingir outras nações, conforme a intenção divina.  Um momento de oração diária apenas entre varões judeus era reservado por estes durante o qual agradeciam a Deus o fato de não serem mulheres, samaritanos nem gentios.

           Os gentios passaram a ser vistos pelos judeus como a não-circuncisão, um termo de desrespeito que significava que não-judeus estavam fora do círculo do amor de Deus.  Os termos circuncisos e incircuncisos ganharam uma carga afetiva para simbolizar Israel e os vizinhos gentios.  Mais tarde, a questão tendeu discórdia na comunhão da igreja do Novo Testamento.  Moisés e os profetas usaram o termo circunciso como símbolo de pureza de coração e prontidão para ouvir e obedecer.  Por meio de Moisés, o Senhor desafiou os israelitas a submeterem-se à necessidade de arrependimento. 

           “se o seu coração incircunciso se humilhar, e tomarem eles por bem o castigo da sua iniqüidade”, declarou Deus, “então, me lembrarei da minha aliança” Lv 26:41-42; também Dt 10:16.  Jeremias caracterizou os rebeldes israelitas como tendo ouvidos incircuncisos Jr 6:10 e a casa de Israel como incircunciso de coração Jr 9:26.
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           No Novo Testamento, a circuncisão foi fielmente praticada por devotos judeus como reconhecimento da aliança contínua de Deus com Israel.  João Batista Lc 1:59 e Jesus Lc 2:21 foram circuncidados.  No entanto, a controvérsia a respeito da circuncisão dividiu a igreja primitiva Ef 2:11, da qual faziam parte gentios e judeus.  Os cristãos gentios consideravam seus irmãos judeus excêntricos por causa de suas leis concernentes à dieta, ao sábado e à prática da circuncisão.  Os cristãos judeus costumavam ver os irmãos gentios incircuncisos ignorantes e desobedientes à lei de Moisés At 15:5.

           Uma crise estourou na igreja de Antioquia quando os cristãos da Judéia conhecidos como judaizantes ensinaram os seus irmãos que, caso não fossem circuncidados segundo a lei de Moisés, não poderiam ser salvos At 15:1-2.  De fato, os judaizantes insistiam que um crente que viesse de um contexto não-judeu (gentio) deveria tornar-se primeiramente um judeu cerimonialmente por meio da circuncisão antes de ser aceito na comunidade de cristãos.  Um concílio de apóstolos e presbíteros foi realizado em Jerusalém para resolver a questão At 15:6-29.  Entre os participantes, estavam Paulo, Barnabé, Simão Pedro e Tiago, pastor da igreja de Jerusalém.  Segundo o argumento de Pedro, insistir na circuncisão dos gentios equivaleria a um jugo muito pesado At 15: 19, 19.  A decisão tomada pelo concílio quebrou o legalismo preso ao judaísmo.

           Anos mais tarde, para reforçar a decisão, o apóstolo Paulo escreveu aos cristãos de Roma que Abraão, o pai da circuncisão Rm 4:12, foi salvo pela fé, e não pela circuncisão Rm 4:9-12.  Segundo o apóstolo, a circuncisão não tinha valor, a menos que fosse acompanhada de um espírito obediente Rm 2:25-26.  Paulo também falou a respeito da circuncisão de Cristo Cl 2:11, uma referência à sua morte expiatória, que condenou, na carne, o pecado Rm 8:3 e cravou o legalismo na cruz Cl 2:14. 



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           Fundamentalmente, Paulo declarou que o novo acordo do sangue derramado de Cristo concedeu perdão a judeus e gentios e tornou a circuncisão totalmente desnecessária Rm 2:28-29 e Gl 5:6.  Tudo o que finalmente importa tanto para judeus quanto para gentios, segundo Paulo, é uma natureza transformada – uma nova criação que os torna um em Cristo Ef 2:14-18.

           Note-se que tal atitude foi uma exceção à regra, portanto, geralmente, Paulo não fazia tal exigência.  Segundo, Timóteo foi ordenado por Paulo e o presbítero em Derbe e Listra.  Paulo se refere a esta ocasião em sua primeira carta, mencionando a “imposição de mãos” 1º Tm 4:14 e o encargo para o ministério que havia sido concedido a Timóteo através deste ato.

           Timóteo acompanhou Paulo em sua segunda jornada missionária, passando por Beréia, Frigia, Misia, Trocas, Neápolis, Filipos, Anfípolis, Apolônia e Tessalônica At 17:14.  Depois foi enviado a Tessalônica, com Silas, para confortar e fortalecer os crentes de lá, enquanto Paulo permaneceu em Atenas.  Quando Timóteo e Silas voltaram com bons relatórios e mensagens de amor dos tessalonicenses, Paulo ficou muito encorajado 1º Ts 3:1-7

 Continua amanha .
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Deus te abençoe.
 Ir Fausto W. Brasil

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